Na última década, o termo compliance tem ficado cada vez mais em evidência no meio corporativo, principalmente no Brasil, por conta de crises políticas que cercam os noticiários e também pela importância deste tema. Mas por que você precisa saber sobre compliance? E como isso está presente no seu dia a dia?
Originário do inglês, o termo “compliance” vem do substantivo “to comply with”, que significa “agir de acordo com”, ou seja, agir de acordo com uma lei, uma norma, um regulamento, uma política interna ou externa e, principalmente, as normas anticorrupção dentro da empresa.
O compliance é o guia de comportamento de uma organização diante do mercado em que atua com o objetivo de estar em conformidade com as obrigações legais da empresa. Isso serve para assegurar que todas as pessoas estejam alinhadas com a governança corporativa, padrões éticos de conduta e, imprescindivelmente, cumpram as regras.
Nos EUA, durante as décadas de 50 e 70, foi implementada na legislação americana a criação da Prudential Securities, da Securities and Exchange Commission (SEC), em 1960, do Foreign Corrupt Practices Act (FCPA). Já no Brasil, o compliance ganhou notoriedade na década de 90, por conta da competitividade entre empresas transnacionais, e teve a Lei nº 12.846/13 (Lei Anticorrupção) promulgada em 2013.
A lei brasileira define a responsabilidade da pessoa jurídica por atos contra a esfera administrativa. Tais atos incluem:
A Lei Anticorrupção também define penalidades, como a perda de bens, multa, suspensão de atividades, proibição de receber incentivos e doações.
O objetivo do compliance é estabelecer regras, processos e procedimentos para garantir que a lei seja cumprida e orientar a conduta de todos para que mantenham os princípios éticos que regem os negócios, sem tirar vantagens pessoais indevidas ou se envolver em situações de conflito ou risco.
Não há muito segredo para se obter um programa de compliance de sucesso, mas eles precisam ser muito bem planejados e executados:
Após o compliance implementado, a empresa terá:
Utilizar esse conceito para guiar as boas práticas da organização reduz, significativamente, todos os riscos da empresa, criando um ambiente mais saudável e confiável.
O especialista de compliance atua na implementação e gestão de programas da área em empresas e instituições. Essa pessoa é responsável por avaliar os riscos do negócio e institucionalizar processos de conformidade.
O advogado de compliance exerce uma função similar ao especialista, atuando junto a empresas e instituições na implementação de programas de conformidade, porém utiliza-se da consultoria jurídica. Ele garante o cumprimento das normas internas e da legislação estabelecida pelo poder público, minimizando riscos e evitando danos, tendo conhecimentos sobre o ambiente regulatório nacional e internacional.
Por serem aplicados em empresas e instituições de diversos segmentos, os programas de compliance se expandiram ao longo do tempo, tendo como principais alicerces:
Uma vez introduzido no ambiente corporativo, compliance significa estar de acordo com a legislação a qual a empresa se submete, respeitando regras internas e externas de órgãos regulamentadores, em todas as esferas. Por isso, mais do que nunca, investir em programas de compliance é fundamental para manter a empresa livre de comportamentos ultrapassados perante a sociedade. Assim, por meio da correta gestão de compliance, a organização garantirá sua sustentabilidade em longo prazo, livre dos mais diversos riscos.